Inaugurada a “ROTUNDA PROF. DELFIM SANTOS” em Cascais

A vila de Cascais, desejando assinalar o Cinquentenário do Falecimento de Delfim Santos aí ocorrido (1966-2016), deliberou atribuir o seu nome à importante rotunda construída como remate da autoestrada A5. Esta homenagem, que associa perenemente o nome de Delfim Santos à localidade que ele preferia para veraneio, e onde inesperadamente viveu os seus últimos dias, deveu-se ao modelar interesse pela cultura e pela memória dos portugueses ilustres que tem animado a municipalidade de Cascais, dirigida pelo seu presidente Carlos Carreiras, e pelo presidente da União das Freguesias de Cascais e Estoril, António Pedro Morais Soares. O contributo decisivo para a articulação deste ato com as evocações do Cinquentenário em curso partiu do presidente da Fundação D. Luís I, Salvato Teles de Menezes, em conjunção com José Manuel Mendes, presidente da Associação Portuguesa de Escritores (herdeira da antiga Sociedade Portuguesa de Escritores da qual Delfim Santos foi presidente em 1962). A rotunda de Cascais junta-se agora, na toponímia portuguesa, às artérias dos municípios de Lisboa, Oeiras, Matosinhos e Évora, além de uma escola pública em Benfica, que ostentam o nome de Delfim Santos.

A inauguração foi coberta pelas equipas de reportagem da RTP, TVI e Correio da Manhã TV, que mostraram imagens nos seus respetivos notíciários:

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Aspeto da assistência antes do início da cerimónia:

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Momento do descerrar da bandeira pelos presidentes da Câmara e da Junta, por António Braz Teixeira e Filipe D. Santos:

img_818x4552016_11_19_04_07_44_576944©CorreiodaManhã

António Braz Teixeira, Presidente da Comissão Nacional para as Evocações do Cinquentenário do Falecimento de Delfim Santos:

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Uma das duas placas toponímicas que assinalam a Rotunda:

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Agradecimentos ao Coordenador Geral da Fundação D. Luís I, Pedro Vinagre Pereira, e a todos os que participaram na inauguração.

Ver também:

Memórias cascalenses de Delfim Santos

A mais antiga autoestrada portuguesa termina agora numa rotunda à qual, no dia 18 de novembro de 2016, foi atribuído o nome do Professor Delfim Santos, assinalando o hemicentenário do seu falecimento na vila de Cascais, joia da Riviera Portuguesa. Eleita como local de veraneio pelos reis D. Luís I e seu filho D. Carlos I, a antiga vila piscatória conheceu no séc. XX uma nova existência como estância balnear para os moradores da capital. Foi naquela localidade que Delfim Santos passou regularmente as férias de Verão nos últimos anos da sua vida, para o que contribuiu também o facto da sua filha mais velha, Elisabete, aí ter vindo a fixar residência após o casamento com Manuel Corrêa Gonçalves, jovem oriundo de família influente daquela vila.

Delfim Santos alugava um apartamento durante os cerca de três meses de férias académicas, entre julho e setembro, demasiado extensas para serem passadas num hotel. Em alguns anos a escolha recaiu num andar pertencente a uma irmã de Isabel da Nóbrega, a escritora então companheira de João Gaspar Simões, dois amigos com quem o casal Delfim e Manuela Santos convivia intensamente. Uma foto tirada na varanda desse apartamento da Rua José Florindo, em Cascais, mostra-nos em cima Delfim Santos com João Gaspar Simões e em baixo Rodolfo, filho de Delfim Santos, com o jornalista Jorge Tavares Rodrigues, irmão do escritor Urbano Tavares Rodrigues, ambos também grandes amigos seus:

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Nesta outra imagem do verão de 1963 em Cascais vêem-se as senhoras: Isabel da Nóbrega, companheira de Gaspar Simões, Maria Christina, sogra de Delfim Santos, Maria Eugénia, esposa de Jorge Tavares Rodrigues e em baixo Manuela com a filha:

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No ano de 1966, Delfim Santos alugou o apartamento do r/c esquerdo da Avenida de Sintra, antigo lote 17, hoje n.º 247:

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Aqui foi tirada a sua última fotografia, ao lado de Manuela e dos filhos:

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No final das férias estivais veio a falecer às 23 horas do dia 25 de setembro devido a um infarto do miocárdio, ocorrido a dois meses de completar os 59 anos de idade, segundo consta do assento de óbito:

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Em todos os principais jornais do dia seguinte houve grande cobertura do velório na Igreja Paroquial de Cascais, ao qual comparecerem inúmeros colegas, alunos e funcionários da Faculdade de Letras de Lisboa e da Fundação Calouste Gulbenkian. Veja-se, por exemplo, o Diário de Lisboa (edição do Porto):

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