Colóquio Fidelino de Figueiredo, Filósofo

Delfim Santos construiu uma notável amizade intergeracional com Fidelino de Figueiredo (1888-1967), quase 20 anos mais velho do que ele, de quem se foi aproximando — inicialmente por ter sido o seu examinador em História, no Exame de Estado de 1934, no Liceu Pedro Nunes, e a partir do Pós-Guerra por via do Humanismo em que ambos vão confluindo, com a premência de recolocar a prioridade no Homem.

Foi recentemente publicada a correspondência entre ambos, rica de referências biográficas e com notas importantes sobre a vida cultural em Portugal e no Brasil.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O cinquentenário do falecimento de Fidelino de Figueiredo (1967-2017) não passou despercebido, pelo menos em Lisboa, cidade onde este notável pensador nasceu e faleceu, e onde hoje se refletiu sobre “Fidelino de Figueiredo, Filósofo”:

Participaram efetivamente deste encontro:

  • António Braz Teixeira – Contribuição de Fidelino de Figueiredo para a Historiografia da Filosofia Portuguesa
  • Filipe D. Santos – Filosofia da Arte em Fidelino de Figueiredo
  • Rui Lopo – A luta pela expressão: O ensaio é a soma de dois meios caminhos
  • Joaquim Pinto – Breves considerações acerca de uma onto-po(i)ética em Fidelino de Figueiredo.
  • Luís Lóia – Filosofia e Mito: Eudoro de Sousa, leitor de Fidelino de Figueiredo
  • Mário Carneiro – Pertinências do pensamento filosófico de Fidelino de Figueiredo
  • Renato Epifânio – Estudos de Filosofia e Literatura

O primeiro painel, que incluiu as 3 primeiras comunicações, foi presidido por António Braz Teixeira e o segundo, agrupando as restantes 4, por Patrícia de Figueiredo, neta do escritor.

Aspeto inicial da assistência

Primeiro Painel: Filipe D. Santos, António Braz Teixeira, Rui Lopo

Segundo Painel: Joaquim Pinto, Luís Lóia, Patrícia de Figueiredo, Mário Carneiro e Renato Epifânio

Na sua comunicação, Filipe D. Santos referiu que a obra de Fidelino é muitas vezes feita em diálogo com a de Delfim Santos. Entre outros exemplos, aduziu um passo de A luta pela expressão, em que Fidelino menciona um ensaio de Delfim Santos:

Outras vertentes desta interação podem ser constatadas no intercâmbio epistolar de ambos, que aguarda ainda tratamento histórico-filosófico.

atualização – das revistas políticas e literárias no Estado Novo

Reproduzimos a atualização da informação anterior:

Neste tempo em que muitos títulos desaparecem, ou se tornam disponíveis apenas em formato digital, a Hemeroteca Municipal de Lisboa e a Biblioteca Museu República e Resistência – Espaço Cidade Universitária organizam o ciclo de conferências “Das Revistas Políticas e Literárias no Estado Novo” com o objetivo de revisitar historicamente e de discutir o papel que revistas como a Seara Nova, Integralismo Lusitano, Vértice, Ocidente, Revista de Economia, Tempo Presente, O Tempo e o Modo e Política tiveram na crítica, ou na defesa, do regime político da época.
A par de um melhor conhecimento da circulação do discurso politico, e da sua relação com o poder, este ciclo de conferências propõe-se também analisar o modo como as revistas políticas e literárias influenciaram a opinião pública; a sua relevância como palco privilegiado de polémica, de controvérsias acesas que marcaram a sociedade portuguesa; de como foram muitas vezes autênticos “laboratórios de ideias”, fosse na qualidade de porta-vozes de movimentos literários, estéticos ou políticos, fosse na de órgãos de informação de gerações que se agruparam à volta dessas publicações, fazendo delas o seu espaço de revelação e intervenção; a sua importância como fonte para a reconstituição histórica de uma determinada época; e por último, a sua dimensão como repositório da cultura portuguesa, reunindo documentos preciosos que constituem um verdadeiro acervo da nossa memória coletiva.

Para o efeito, convocámos investigadores e especialistas provenientes de diferentes universidades, institutos de investigação e centros de estudos portugueses, para nos ajudarem a compreender melhor o universo fascinante das revistas políticas e literárias no Estado Novo. Inscreva-se e participe neste ciclo de conferências…

PROGRAMA

1.ª Conferência (12 Mar): A revista Seara Nova nos anos 60 e 70…, por António Reis (Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – Universidade Nova de Lisboa)
2.ª Conferência (9 Abr): Vértice: revista de cultura e arte (Coimbra: 1942-1974), por Daniel Pires (Centro de Estudos Bocageanos-Setúbal)
3.ª Conferência (30 Abr): A revista Integralismo Lusitano (Lisboa: 1932-1934), por António Costa Pinto (Instituto de Ciências Sociais – Universidade Nova de Lisboa)
4.ª Conferência (7 Maio): A Ocidente: revista portuguesa (Lisboa: 1938-1973), por Luís Bigotte Chorão (Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX – Universidade de Coimbra)
5.ª Conferência (21 Maio): Revista de Economia (Lisboa: 1948-1964), por Carlos Bastien (Instituto Superior de Economia e Gestão)
6.ª Conferência (4 Jun): A Tempo Presente: revista portuguesa de cultura (Lisboa: 1959-1961) e o neofascismo português, por Álvaro Costa de Matos (Hemeroteca Municipal de Lisboa/Centro de Investigação Media e Jornalismo)
7.ª Conferência (18 Jun): O Tempo e o Modo: revista de pensamento e acção (1963-1977), por Guilherme de Oliveira Martins (Centro Nacional de Cultura)
8.ª Conferência (2 Jul): A revista Política (Lisboa: 1969-1974) perante a “Primavera Marcelista”, por Luís Aguiar Santos (Editor do Grupo Editorial Santillana Constância Editores e Investigador)

revistas políticas e literárias do Estado Novo / ciclo de conferências

Organizado pela BMRR e pela Hemeroteca Municipal de Lisboa está a decorrer um Ciclo de Conferências subordinado ao tema em epígrafe.

Recorde-se que Delfim Santos foi articulista na Revista Ocidente (apresentada a 7 de maio) e teve um inédito seu publicado na Revista O Tempo e o Modoque lhe dedicou um número especial por ocasião do seu falecimento  (apresentada a 18 de junho).

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