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A metodologia deste site subordinou-se ao seu propósito de ilustrar o uso de alguns procedimentos retóricos pela sua exemplificação nas obras dos publicitários, quer no domínio textual quer iconográfico, estabelecendo-se para a retórica da imagem as mesmas categorias que para a do texto escrito. A peça publicitária é pois um texto, visual, gráfico ou grafo-visual.
Por serem irrelevantes para este trabalho abandonaram-se algumas distinções tradicionais da retórica:
A todos os processos retóricos foi atribuído igual estatuto na sua exemplificação. Finalmente excluíram-se as referências:
Para adaptação dos recursos retóricos à linguagem visual fez-se a seguinte translação:
Sem correspondência directa com o texto gráfico são os anúncios tri-dimensionais que muitas vezes são interactivos, apelando para um desafio à acção de nível imediato, com, pelo, e no próprio suporte material do anúncio (raspar zonas ocultas, escrever, arrancar elementos, separar, dobrar, cortar, etc.), sem prejuízo do segundo nível mediato que é o objectivo final do anúncio. Foi necessário algum arrojo e originalidade já que a adaptação ao universo da gramática icónica de recursos gerados na sua aplicação aos textos escritos nem sempre se processa pacificamente. Aqui e além foi mesmo necessário criar termos novos, adoptando mas adaptando as matrizes da retórica clássica. Tendo em conta a sinergia que a publicidade frequentemente explora entre o duplo código, linguístico e icónico (um exemplo extremo é a iconificação do signo escrito) dividiram-se os recursos pelas seguintes rubricas: texto/imagem, quando dependiam precisamente da interacção de ambos, e texto ou imagem quando, não obstante o uso paralelo e redundante ou não do outro código, o recurso era plenamente realizado em apenas um destes. Finalmente isolaram-se outros recursos de tipo macroestrutural, alguns de outros domínios não retóricos, como por exemplo da lógica. Foi ampliado o eixo das operações bem como o eixo das relações
retóricas da taxionomia clássica (usada entre outros por Durand e Burton): ambos
sofreram a adição de mais uma categoria, respectivamente mutação e
vizinhança. O resultado final da classificação dos recursos deve mais à
minha própria exploração das suas possibilidades iconográficas do que à
tradição:
*: Aférese, Síncope e Apócope. Graças aos novos suportes foi-me possível retomar e apurar as tentativas tímidas dos que me precederam neste esforço exploratório. Procurarei ampliá-lo constantemente. O Autor
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