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Nos 75 Anos da 1ª edição da obra "A Selva", de José Maria Ferreira
de Castro, Filipe Santos entrevistou MATILDE ROSA ARAÚJO, escritora
portuguesa que acompanhou de perto o romancista que se celebrizou
por denunciar ao mundo, após ter ele mesmo escapado com vida do
tenebroso inferno verde, as desumanas condições de neo-escravatura
em que trabalhavam e morriam os cearenses e maranhenses
falaciosamente engajados para o duríssimo trabalho da extracção
da seringa.
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"ACHO QUE A SELVA TEM SEIVA" |
A escritora Matilde Rosa Araújo, amiga de
longa data de tantos nomes da escrita, entre eles o português José
Maria Ferreira de Castro e o brasileiro Jorge Amado, relembrou-me
com prazer a sua admiração pelos antigos companheiros de letras. Na
sala da casa onde reside em Lisboa, perto do bairro das Amoreiras,
Matilde Rosa Araújo conserva em lugar de destaque as monumentais
edições comemorativas das obras maiores de Ferreira de Castro.
A autora de "O Sol e o Menino
dos Pés Frios" evocou os bons tempos das longas conversas no Café
Veneza, na lisboeta Avenida da Liberdade,
e de outros tantos momentos partilhados com José Maria F. C., a
quem, mais do que como grande escritor, admirava como ser humano
dotado de uma delicada sensibilidade. Da densidade vegetal da selva
até aos cafés da moda em Lisboa, ou à bucólica Serra de Sintra,
Matilde evocou o percurso singular de um homem cuja mensagem que nos
legou é a da generosidade e da aceitação do Outro. |

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