os ‘inéditos pedagógicos’ apresentados na Escola Prof. Delfim Santos

eventoEscolaDelfimSantos2014Incluída nas comemorações do Dia do Patrono da Escola E.B. 2,3 Prof. Delfim Santos, em Lisboa, decorreu hoje, 6 de novembro de 2014, dia do 107º aniversário do Pedagogo, a apresentação da obra de Delfim Santos, Inéditos Pedagógicos (1932-1966), editada pela própria Escola em celebração do 80º Aniversário da entrada de Delfim Santos na carreira de docente liceal.

O lançamento esteve a cargo de Filipe Santos, convidado pela Escola para esse efeito. O orador recordou os principais passos da carreira docente de Delfim Santos e apresentou os 10 textos que compõem a obra, aludindo a algumas questões que neles são tratados, tanto as inatuais, que nos revelam um mundo já passado – como por exemplo a querela entre o ensino clássico e o ensino moderno, em que o autor toma partido contra os cinco anos de latim obrigatório dos antigos currícula – quanto as atuais e atualíssimas, como o debate em torno da utilidade do caderno diário, a necessidade de uma nova relação entre a família e a escola fundada numa nova família, a autoeducação, a formação superior dos pedagogos, a escola ideal, etc.

“A instrução primária – escrevia Delfim Santos nos alvores da década de 1930 – é talvez aquela que maior desejo de reforma nos merece: porque é de todas a pior e porque os seus mártires não sabem criar mecanismos de defesa contra a incompreensão dos adultos”.

Bem fundamentadas, as posições de Delfim Santos apontam para uma reforma pedagógica não conteudística mas sim de mentalidades, em resposta à eterna e permanente crise em que a Escola vive, espelho das opções e hesitações da sociedade em que ela se insere. Manifesta a sua preferência por uma Escola viva, inserida no seu tempo e orientada mais ao futuro do que ao passado; que respeite a cultura nacional; que não imponha conhecimento vindo do exterior, mas que seja antes um suscitador de interesses radicados no próprio aluno, gerando nele uma compreensão em profundidade, crítica e autocrítica.

No final foi servido um porto de honra.